terça-feira, 13 de abril de 2010

CIDADE NEGRA DE VOLTA!!!!

CIDADE NEGRA Que Assim Seja O Cidade Negra está de volta com o álbum Que Assim Seja, o primeiro de inéditas desde Perto de Deus, de 2005, e o oitavo de estúdio. A banda responsável por uma linguagem brasileira do reggae jamaicano agora é um trio, formado pelos fundadores Lazão (bateria) e Bino (baixo) e o novo vocalista Alexandre Massau. Outra novidade é a presença de dois guitarristas, Alexandre Prol e Egler Bruno, que se juntam ao veterano tecladista Alex Meirelles como músicos de apoio da banda. O resultado é uma sonoridade mais encorpada dentro das características que consagraram o Cidade Negra. Alexandre, ex-Berimbrown e ex-Preto Massa, tem um timbre melodioso, um alcance privilegiado e experiência para dar as nuances certas de interpretação ao repertório novo e aos sucessos acumulados pelo Cidade ao longo de 24 anos de carreira. Alexandre entrou oficialmente para a banda no dia 13 de junho de 2008, iniciando uma fase de adaptação em ensaios no estúdio de Lazão no Recreio dos Bandeirantes e, já no dia 29 de julho, fez o primeiro show com sua nova banda no Festival de Inverno de Santos Dumont, em Minas Gerais, seu estado natal. Ensaiada a nova formação, a banda continuou na estrada e partiu para a concepção e gravação do álbum, um longo e cuidadoso trabalho em cima de mais de 30 esboços de canções lapidadas nos ensaios até chegar às 12 apresentadas aqui. O produtor Nilo Romero recebeu o material preparado pela banda em demos, muitas delas já bem encaminhadas que exigiram apenas um polimento técnico e alguns acréscimos. A concepção sonora combina o orgânico e o eletrônico, os sopros lado a lado com sofisticados efeitos de dub, a técnica jamaicana do uso de delays e reverber para dar uma sensação espacial ao som, sentido no disco inteiro.O Cidade Negra mantém-se fiel a certos valores em suas canções. Estímulos à superação de dificuldades cotidianas, valorização da espiritualidade, crítica política e a expressão do amor em suas diversas formas, do romântico ao humanista. Tudo isso embalado pela pulsação irresistível da dupla Lazão e Bino, o coração do Cidade Negra, os pilares que servem de base para se erguer as canções do álbum. Gesto Original abre o disco com sopros e dubs superpostos e a mensagem de se lutar sem esmorecer para superar as adversidades da vida. As canções são da autoria de Lazão, Bino e Alexandre, mas "Na Onda do Jornal - Espera Amor," a segunda faixa, conta com trechos de "Na Onda do Jornal", de Agepê e Canário. Esta música tem a participação do influente DJ jamaicano Ranking Joe e os vocais de Alexandre e Lazão. A letra fala na luta para ser alguém e conquistar o amor da mulher amada. A faixa é especialmente rica em ambiência por conta de uma criativa engenharia sonora.muitas guitarras na faixa-título e música de trabalho Que Assim Seja, na introdução, em efeitos,em solo e replicando o refrão junto com os teclados. A letra fala de erros e acertos do amor com um enfoque positivo de tudo dar certo no final. Quem Diz Que Homem Não Chora? Conta com uma rap do ator e rapper André Ramiro, de Tropa de Elite. Ele ouviu a música, pediu para participar e abrilhantou a canção. Levada dançante, vocais passeando pelo estéreo e Alexandre mandando ver na letra sobre a perda de um grande amor. Uma virada de Lazão e as guitarras introduzem Vem Morar Comigo, uma cantada caprichada para a amada aceitar dividir o mesmo teto em tom de comemoração: "Se o amor chegou, agradeço a Deus." O Cidade nasceu em 1986 no município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A banda nunca esqueceu suas origens, reivindicando melhorias para os menos favorecidos e criticando a caótica situação política brasileira. É o caso aqui de Porta Da Favela, tema bem atual com a forte campanha do atual governo fluminense contra o crime, em incursões nas favelas com baixas inocentes. "E o meu povo na linha de tiro/ E só Deus pra me defender." Em outro verso, políticos e bandidagem são colocados na mesma cesta: "PC, PT, Comando Vermelho, ADA, Terceiro Comando, PCC, PMDB/ O quê que é o que?". Boa pergunta. Um Novo Dia, a faixa seguinte, faz um contraponto de otimismo a Porta Da Favela embalada pelo naipe de sopros formado por Marlon Sette (trombone), Altair Martins (trumpete) e Lelei Gracindo (sax alto):"Amanhã será um novo dia/ Seja debaixo do sol/ Ou debaxo da chuva que cai agora". Política também é o tema de Kaya Babilônia. Na ideologia rastafari, Babilônia é o local de opressão da raça negra, um sistema corrupto e violento. Kaya na Jamaica. Aqui Kaya é usada como corruptela do verbo cair e Babilônia fica bem ali, no Planalto Central: "Debocha de você/ Sua forma de pensar/Faz lobby no Planalto e no Supremo para evitar/Que Kaya Babilônia," diz a letra. Ideal para ser o hino dos protestos contra tudo de errado neste país. "Verdadeiro Poder," embalado por guitarras e órgão, fala do poder de cada um de nós para promover mudanças, com um viés espiritual ao dizer que "o verdadeiro poder vem de Deus (...) Lutar contra o falso poder/ Pra conhecer o verdadeiro/ E louvar seu nome pra sempre." Mensagem semelhante está contida em "Deixar Levar" com uma convocação a enfrentar todo o mal "e saiba que a fraqueza pode vir a ser a arma do medo." A mais badalada das estações é louvada em "Sol de Verão" numa abertura com a gaita esperta de Alexandre Papudo e uma mensagem sobre os sentimentos de paz, alegria, amor e confiança que esta época do ano representa. Os sopros abrem Perfume, o complemento aromático do poder feminino de sedução. A voz de Juju Gomes dá um tempero feminino à canção. Aconselho a audição em alto volume com as caixas de estéreo posicionadas para se curtir plenamente um álbum que conjuga qualidade com popularidade e produção requintada. O Cidade Negra volta para ocupar seu lugar de ponta na música brasileira. ?Fiquem colados aqui na sua RÁDIO MAIS.

2 comentários:

  1. sem duvida um dos melhores discos do cidade! talvez o melhor!

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  2. Fejão, dá para ouvir o CD novo neste link: http://bit.ly/QueAssimSeja!

    É de fato um presente para os ouvidos!

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